A mídia programática não é futuro, ela é o que vivemos agora. Estamos acompanhando sua evolução, antes de ser aderida por 100% dos anunciantes.
Com o avanço da tecnologia e o crescimento do acesso à internet, quase tudo ao nosso redor caminha para a automatização. Eu poderia citar centenas de exemplos de como a automatização está presente em nossas vidas, tudo para dizer que a publicidade também vive essa transição. E não há como voltar atrás. Independente do país que você vive, a programática é real. É uma tendência em todo o mundo.
De maneira geral, para produzir um plano de mídia nos moldes tradicionais era preciso investir muito tempo de um profissional dedicado. A negociação seria feita manualmente, com cada um dos veículos, seguindo as etapas de formalização, assinaturas, aprovações e demais burocracias para, a partir daí, seguir com a produção das peças, mais aprovações e, por fim, o anúncio. Em suma, ao invés de ser estratégico, o profissional focava no operacional, dedicando muito mais tempo a processos do que à inteligência estratégica.
Hoje, já existem mudanças: o melhor da tecnologia está disponível para os profissionais do mercado publicitário – a eficiência do processo, juntamente com a decisão estratégica em tempo real e otimização. Mas, mesmo com toda a tecnologia disponibilizada, é possível, ainda, fazer negociações diretas, personalizar e decidir cada detalhe. Por exemplo, o anunciante pode falar com o publisher diretamente sobre direito em informações dos usuários, direcionamento de audiência, garantias e tudo o que achar necessário. Acredito, cada vez mais, que no futuro veremos um maior volume de compras “tradicionais” – onde anunciantes e publishers façam as suas negociações – mas através de uma plataforma de mídia programática e de forma automatizada. Essa mudança reduzirá o tempo investido e otimizará os resultados ao possibilitar o alcance de um ROI muito maior.
A tecnologia e o marketing estão cada vez mais integrados. Hoje, o consumidor está mais exigente e a publicidade precisa ser certeira, ágil, estar no lugar certo, na hora certa e apresentar conteúdo relevante. As marcas devem olhar para o gerenciamento de mídia com uma visão 360 graus, incluindo publicidade em vídeo, mobile, aplicativos, desktop, entre vários outros canais, sejam online ou off-line.
Reforço, ainda, que a mídia programática não foi criada para substituir pessoas, mas sim para otimizar processos, alcançar melhores resultados e tornar esses profissionais cada vez mais estratégicos e completos. Vale destacar que os consumidores querem ser reconhecidos e impactados pelas marcas de interesse, mas isso não pode acontecer de forma intrusiva. Segundo pesquisa da Reuters citada no Columbia Journalism, 47% dos usuários da Internet nos EUA agora usam software de bloqueio de anúncios. Desse total, 55% são jovens de 18 a 24 anos de idade. Precisamos estar cada vez mais atentos a esse tipo de comportamento, ou seja, cada anúncio deve ser entregue na frequência certa, com relevância e personalização.
Dados revelam, ainda, que a América Latina está entre os maiores potenciais de mercado em programática no mundo, liderada pelo Brasil. Para que a mídia programática evolua ainda mais por aqui, anunciantes e publishers precisam entender como produzir campanhas orientadas por dados, como acontecem fraudes nos anúncios e, principalmente, como fazer a medição do investimento. Para apresentar essas e outras diretrizes a você, nos encontramos dia 30, no IAB AdTech.
Agosto / 2016
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