Temos visto de perto diversas evoluções no mercado do marketing digital nos últimos anos, tanto do ponto de vista tecnológico com ferramentas e técnicas, como do ponto de vista das legislações como a LGPD e a GDPR – só para citar algumas. Esses avanços não só trouxeram mais privacidade para os nossos navegantes digitais, mas também ajudaram os marketeiros a planejar e gastar melhor. Segundo dados recentes do relatório Dentsu Ad Spend, o digital cresceu 29,1% globalmente em 2021 . Para este ano, o estudo revela que os investimentos em publicidade no digital irão crescer outros 14,8%, alimentado por vídeo, TV Conectada, programática e comércio eletrônico. Ou seja, uma representação de 55,5% (US$ 408 bilhões) do total gasto com publicidade.
Seguindo essas evoluções, dois tópicos despontaram nas agendas: a privacidade e a assertividade como os grandes direcionadores dos desenvolvimentos promovidos na área – porém, sempre como cliente final, os publishers e anunciantes. E claro, as perguntas que eles tentavam responder eram sempre olhando para seu próprio ambiente: como proteger a privacidade de nossos usuários para evitar processos e multas? E obviamente, como aumentar a assertividade de campanhas para maximizar os resultados?
O objetivo dessas evoluções não era empoderar o público final, mas sim tentar inferir o que as pessoas gostam e querem comprar naquele exato momento para fazer um “call to action” ou exercício de futurologia (uma espécie de vidente para os mais velhos) e como resultado endereçar os problemas dos agentes citados anteriormente, independente das vontades do usuário final. Com o bombardeamento de anúncios dos mais diversos assuntos, é possível obter certo sucesso nessa estratégia, mas ela se alicerça sobre uma visão periférica do usuário e, vez ou outra, acerta-se a profundidade da visão e aquele “match” acontece.
Se olharmos as grandes mudanças dos mercados digitais, observamos que elas sempre foram focadas em dar o poder de escolha para as pessoas – escolher o que assistir, o que ouvir, o que seguir, e assim por diante. Se pensamos da mesma forma, então por que não criar uma ferramenta que, além de informar ao usuário de como o mundo digital o enxerga, também provesse esse empoderamento onde o usuário final é que compartilha os tipos de conteúdos que ele realmente gostaria de ser impactado? Ou ainda melhor, criar um perfil onde o consumidor possa personalizar suas preferências e informar as marcas sobre quais são os seus verdadeiros interesses?
Ter um gestor de transparência à disposição é ideal para evidenciar o perfil do usuário, assim como dar o poder de escolha – é prestar um serviço direto ao consumidor final. É ele quem decide se quer os seus dados completamente apagados das bases e/ou se vai optar por segmentá-los. A vantagem não é unicamente para o consumidor, já que entrega soluções mais assertivas também para as marcas e acaba gerando mais cliques e conversões para os anunciantes. Esse tipo de atitude é focado em pavimentar um caminho novo, onde a comunicação tende a ser mais fluida e eficiente – e nós, como usuários, temos o protagonismo do controle, endereçando como e quando devemos ser abordados e o que realmente nos interessa.
Autor: Denis Vedan, Diretor de Produtos e Serviços da Navegg.