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Mulheres do Digital – Todo dia é Dia das Mulheres

Mulheres do Digital – Todo dia é Dia das Mulheres

No próximo 8 de março é comemorado o Dia Internacional da Mulher, época do ano em que sempre reflito sobre o real significado da data. Historicamente, ela marca a reivindicação pela igualdade de condições no mercado de trabalho, mas há muitos anos passou igualmente a simbolizar os espaços que ganhamos na sociedade com nossos múltiplos papéis.

Justamente por isso vejo esse momento como uma oportunidade e ainda como um convite à reflexão do quão importante a diversidade é para as empresas não somente no que envolve questões de gênero, mas de forma plural representada por pessoas com diferentes histórias, vivências, crenças, raças, etnias e orientações sexuais.

Fundamental como um imperativo estratégico, inúmeras pesquisas já mostraram a correlação da diversidade e também da inclusão com os resultados dos negócios – afinal, não basta o ambiente ser diverso, é fundamental ser inclusivo.

Dados do estudo Diversity Matters – América Latina, realizado em 2020 pela consultoria corporativa Mckinsey, mostram que as organizações consideradas mais heterogêneas têm maior probabilidade de superar a performance de seus pares conforme os dados da figura abaixo:

E por qual razão isso acontece? No relatório completo, o levantamento revela que empresas que apresentam quadros de funcionários multifacetados se destacam em práticas-chave de negócios como inovação e colaboração, além de líderes avaliados como melhor preparados para promover a confiança e o trabalho em equipe.

Os resultados também indicam que essas companhias costumam ter ambientes mais felizes e uma melhor retenção de talentos. Tudo isso, consequentemente, se traduz tanto em uma saúde organizacional mais sólida quanto em resultados: instituições que adotam a diversidade como princípio e como estratégia têm probabilidade significativamente maior de alcançar performances financeiras superiores à de concorrentes que não o fazem.

Mas se os efeitos que fomentam a multiplicidade são tão positivos e tem uma correlação direta com a performance das empresas, por que ainda não conseguimos ter equidade de gênero, principalmente nos cargos de liderança na maioria das organizações?

Com uma sociedade inundada por vieses inconscientes que fazem com que a mulher ainda seja vista de forma diferente perante os homens no mercado de trabalho, a resposta é um pouco óbvia. É claro que essas diferenças vêm sendo gradativamente desconstruídas, mas há muito o que se fazer.

Os números, inclusive, provam que precisamos dobrar esforços se quisermos reverter esse cenário. De acordo com uma análise apresentada pelo Fórum Econômico Mundial em 2020, as iniciativas atuais para diminuir a desigualdade entre homens e mulheres nos setores da política, economia, saúde e educação são, hoje, insuficientes. E mais… nesse ritmo, a desigualdade global de gênero só será eliminada em pouco mais de 99 anos.

Ou seja, temos muito a evoluir para apressar esse processo e vejo que umas das formas de reduzirmos o tempo que levaremos para chegar a equidade no mercado de trabalho é trazer os homens para esse diálogo como nossos aliados na busca por mais diversidade e da desconstrução desses vieses inconscientes. Além disso, é essencial que o tema seja tratado como um pilar imperativo no mundo dos negócios e não delegado às áreas de Recursos Humanos como “mais um projeto”.

Todos os atores do sistema são fundamentais para que essa transformação seja acelerada e ocorra de forma genuína, criando ambientes mais diversos, inclusivos e com resultados não somente positivos no que diz respeito à lucratividade, mas principalmente para a sociedade.

Autor(a): Suzana Kubric, Diretora de Recursos Humanos na Kantar IBOPE Media, Champion de Diversidade e Inclusão da Kantar LATAM e presidente do Comitê de Diversidade e Inclusão do IAB Brasil

 


 

CONFIRA ESTE ARTIGO NARRADO POR SIMONE KLIASS: 

Artigo Narrado: Todo dia é Dia das Mulheres por Suzana Kubric