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O tipo de conteúdo que você não quer pular

O tipo de conteúdo que você não quer pular

Na hora de criar uma campanha, pense como um criador e não como um criativo. Pelo menos, não como o criativo que você e todos os seus colegas foram nas últimas décadas. Afinal, durante um longo período, bebemos das mesmas referências. Então como continuar sendo relevante em tempos tão efêmeros, em que a nossa atenção é disputada a cada segundo?

Chegou a hora de entender que sua criação precisa se adaptar ou será pulada. A discussão, aqui, não é sobre campanha “on” e “off”, vertical ou horizontal, mas sobre a qualidade do que se assiste. Não precisamos optar por um modelo em detrimento do outro. Enquanto houver audiência, haverá espaço para todos os players do mercado. Agora o conteúdo, esse sim, precisa ser bom.

Como criativos que somos, não podemos nos conformar com os mesmos formatos. Ou, pelo menos, não deveríamos nos acomodar tanto. Quando me perguntam porque uma criativa de agência, como eu, decidiu seguir carreira no TikTok, eu respondo: porque desconfio de criativos que vivem parados.

É hora de lidar com a descoberta, com o desconforto e com o aprendizado. De entender que comunidades vão reger os conteúdos que bombam todos os dias, não você. Dancinha também? Sim, por que não? O poder, aqui, está nas mãos das pessoas. A criatividade, descentralizada na sua forma mais pura e desorganizada, é democrática, não é departamentalizada, restrita a um grupo de pessoas seletas, como é o caso dos criativos de agência. Ela está nas mãos de pessoas comuns, que produzem todos os dias conteúdos sobre suas vidas, seu cotidiano, suas realidades.

O momento é sobre isso. Sobre marcas agindo e criando como os criadores fariam, como pessoas comuns, que experimentam novos formatos sem medo de arriscar. É sobre movimento. Literalmente movimento, porque hoje é tudo sobre vídeo. Sobre falar e ser ouvido. As marcas estão tendo a oportunidade de aumentar o som. De falar o que pensam, de compartilhar experiências.

O convite que fazemos às marcas é experimentar, todos os dias, fazer anúncios desconstruídos. Anúncios que não se pareçam com os velhos e bons anúncios. Não é sobre sua marca estourada na tela nos primeiros 5 segundos, num flash. A dica é surpreender por passar sua mensagem de uma maneira tão orgânica que soe autêntica. Mesmo que paga. Mesmo que com mídia. Soar real, nativo e verdadeiro é mais importante do que ter sua marca exposta nos primeiros segundos de vídeo.

Costumo dizer que, se seu conteúdo não for “pulável”, você está no caminho certo. Faça o teste: você pularia o anúncio que acaba de fazer? Seja honesto consigo mesmo e com a sua profissão. E se você ama o que faz, vai saber o que fazer.

Faça o tipo de campanha que você gostaria de ver na sua timeline. Faça o tipo de conteúdo que você quer assistir. Respeite a audiência, respeite a comunidade que você quer impactar. Entenda o que ela quer e responda com algo que tenha valor, para além dos seus próprios valores. Algo que, de fato, seja útil. Uma receita, uma pílula de conhecimento, um conteúdo educativo, um entretenimento, uma dança, que seja. Divirta-se. A (mu)dança começa por você. Como diz o ditado: se você quer brincar, tem que descer pro play.

Autora: Yuri Mussoly, Head de Criação LATAM para Global Business Solutions no TikTok.