A diminuição da circulação física, especialmente no primeiro semestre do ano passado, contribuiu para a transformação do comportamento de consumo no Brasil e no mundo, fazendo com que mais pessoas optassem pelo e-commerce na hora de realizarem suas compras. Para as marcas, o período acelerou a busca pela ampliação dos canais de venda, o que fez com que muitas delas apostassem em uma estratégia de afiliados para alcançar este objetivo. Com o aumento de compras on-line e a entrada em vigor da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), que a partir de agosto deste ano deve começar a fiscalizar e multar as empresas que descumprirem as regras, questões referentes à segurança e à qualidade de tráfego no marketing de afiliados requerem ainda mais atenção.
Um levantamento da Ebit|Nielsen revela que o e-commerce brasileiro aumentou seu faturamento em 47% somente no primeiro semestre de 2020. De acordo com o eMarketer, o faturamento global do comércio eletrônico foi de US $4,28 trilhões, o que representa um crescimento de 27,6% em relação a 2019. A região com maior destaque foi, pela primeira vez, a América Latina, com aumento de 36,7%. No Brasil, dados da Mastercard e da AMI (Americas Market Intelligence) apontam que 7% dos brasileiros compraram na internet pela primeira vez no ano passado. As informações fazem parte da 6ª edição do NuvemCommerce – Relatório Anual do E-Commerce em 2020 e Tendências para 2021.
Com mais consumidores dispostos a comprarem na web, uma estratégia de afiliados torna-se relevante, o que levou muitas empresas a apostarem neste canal como forma de diversificar suas receitas. Além das marcas anunciantes, o mercado observou também um aumento na procura de afiliados em redes. Mas, com tantas pontas envolvidas em um mesmo ecossistema, é possível garantir a aplicação da LGPD e a segurança? A resposta é sim, e isto exige algumas ações prévias.
Dentro de uma campanha de marketing de afiliados, definir mecanismos de verificação antes do ingresso de um afiliado em uma rede é essencial para garantir a qualidade de tráfego que este trará aos anunciantes. Isto pode ser feito com o uso de tecnologias disponíveis no mercado. Outra iniciativa que aumenta a segurança, é especificar que antes de terem acesso a determinadas campanhas e programas, os afiliados ativos, ou seja, os que já fazem parte de uma determinada rede, passem por uma aprovação individual, a qual vai considerar seu histórico dentro da plataforma. Esta checagem pode ser feita manualmente por um account manager.
A criação de uma equipe de compliance que monitore o comportamento dos afiliados em relação ao tráfego enviado ao site das marcas é outra estratégia indispensável para evitar atividades suspeitas. Além disso, estar em conformidade com o que exige a LGPD já não é mais uma questão de escolha. É preciso informar com clareza todos os dados coletados por uma tag e por que isto é necessário. Disponibilizar recursos que viabilizem a geração de relatórios customizados é outra maneira de garantir a segurança das transações.
Por fim, para ser considerada sólida, uma rede de afiliados deve buscar certificações e parcerias com instituições que tenham como missão orientar o mercado sobre planejamento, criação e vendas. No país, o IAB (Interactive Advertising Bureau) e o E-commerce Brasil são alguns exemplos. Em tempos de regulamentação de dados mundo afora, garantir o cuidado em cada etapa do processo da jornada de compra em uma rede de afiliados garante a qualidade de tráfego e a oferta de um ambiente digital seguro, transparente e rentável para todas as partes envolvidas.
Autor: Luiz Tanisho, Country Manager na Rakuten Advertising