Você sabia que, hoje, o Brasil possui mais de 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência? Quarenta e cinco milhões. E, curiosamente, hoje nem 1% dos sites brasileiros são acessíveis para pessoas com deficiência – um percentual extremamente baixo para uma adequação que está prevista em lei há quase 7 anos.
Ainda que a lei tenha surgido de maneira a impulsionar novas iniciativas voltadas à causa, é necessário pontuar que as soluções devem ser pensadas em profundidade e saber que um simples plug-in não vai fazer verão.
É necessário agir para a melhoria em várias etapas desse processo, que é contínuo e, posso garantir, muito empolgante. A conscientização e a orientação de melhores práticas para ambientes virtuais inclusivos é o primeiro passo para atender e valorizar todas as pessoas, igualmente as com deficiência.
Segundo o último censo do IBGE (2010), no Brasil, as pessoas com deficiência representam uma renda mensal de mais de 11 bilhões de reais. Apesar disso, a falta de acessibilidade na web ainda é um grande impeditivo para que esses consumidores interajam virtualmente com pequenas e grandes marcas.
Tornar uma marca mais inclusiva no digital aumenta consideravelmente a probabilidade de a mensagem alcançar as mais variadas pessoas nas mais diversas situações. Não é apenas o fato de ter algum tipo de deficiência na audição que impedirá determinada pessoa de ouvir algum conteúdo, na verdade, esse é apenas um dos grupos impactados. Indivíduos com deficiências motoras, visuais e cognitivas também estão entre os afetados. Outros grupos podem ser beneficiados, quando falamos em universo digital. Iniciativas mais acessíveis podem contribuir para que, por exemplo, idosos, com alguma limitação ou dificuldade, tenham uma melhor experiência de compra.
E para não ficar só na teoria, não quero perder a oportunidade de deixar aqui para o leitor alguns caminhos possíveis e iniciativas que podem ser o ponto de partida para pequenas e grandes marcas que querem e podem colocar essa ideia pra rodar. É possível inserir links de atalho para quem precisa navegar por teclado, assistente virtual de tradução em libras, leitura disponível em áudio, resumo em texto de informações importantes abordadas em lives, texto alternativo nas imagens, descrição de legendas e muito mais.
Historicamente, gostamos de trazer assuntos que proporcionam mudanças necessárias. Nós, como especialistas em comunicação, precisamos trabalhar para ser o impulso que vai transformar este cenário.
Já conseguimos realizar diagnósticos precisos e recomendar as melhores práticas, levando em consideração quatro pilares fundamentais: tecnologia, conteúdo, posicionamento e educação. Além das recomendações técnicas com base nas diretrizes internacionais, usamos a inteligência dos dados e a movimentação de mercado para otimizar todos os canais digitais em prol da acessibilidade – isso inclui sites, apps, conteúdos e redes sociais.
Se a proposta da marca chegar a um público maior, maior também a probabilidade de gerar mais demanda e mais receita. Gostamos de pensar nessa relação ganha-ganha e nesse mundo de pessoas pertencendo e com poder de escolha.
Autor: Adriano Nadalin, CEO da i-Cherry.