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Chief Master Blaster Officer

Chief Master Blaster Officer

Há poucos anos, CEO – chief executive officer – era sinônimo de topo do Olimpo corporativo. Para chegar lá era preciso galgar muitos níveis, adquirir muita experiência, sofrer um pouco e ostentar não raros cabelos brancos. Na prática, chegava-se lá após um bom período de tempo, período esse que consumia os anos dourados da vida do sujeito na raia empresarial. Era preciso caminhar muito para, então, poder assumir o papel de regente da orquestra.

Hoje, chove CEOs nas redes sociais de cunho profissional.  Muitos deles ainda moram com os pais, e suas corporações não têm mais que cinco funcionários – algumas nem têm contrato social formalizado. A onda do empreendedorismo cibernético, principalmente, deu lugar a muitos CEOs teens e  pós-teens – o que é muito bom. Sim, há críticos que não toleram a ingenuidade no mundo corporativo e não têm apreço por reuniões com jovens pouco experientes. Respeitemo-los. O ponto que saliento é este: na falta de razoabilidade de alguns desses jovens líderes, há oportunidades de mudanças importantes para o desenho de um novo tipo de empresa.

O que isso quer dizer na prática? Que a empresa que hoje conhecemos, com postos fixos de trabalho, rotinas que levam pessoas a permanecer sentadas por muito tempo, excesso de rigidez e processos muito controlados não serão as mais apreciadas para se trabalhar pela nova onda de profissionais recém-chegada ao mercado. Ao contrário, serão as que terão menor atratividade. O trânsito das cidades aumenta grandemente, as dores lombares são evidentes em pessoas cada vez mais jovens, o trabalho a distância é uma realidade crescentemente possível e, com o nível de competitividade existente na maior parte dos setores da economia, a criatividade se tornou tão essencial quanto a redução de custos e a melhoria de processos. E é bem claro que um ambiente saudável de trabalho colabora com a geração de novas ideias criativas.

São esses novos CEOs os que mais comumente abrem a possibilidade de mudança no ambiente corporativo. Primeiramente, reinventam a própria sigla e se tornam CPOs (Chief People Officers), CSOs (Chief Strategy Officers), CIOs (Chief Information /Imagination Officers) e o que mais officers possam ser. Por não estarem viciados em culturas nem tampouco arraigados a usos e costumes, imprimem leveza na atmosfera da empresa ao firmarem com os colaboradores um compromisso voltado mais a um propósito estabelecido do que ao modus operandi vigente. Assim, na média a sensação de liberdade, com comprometimento, é maior. Isso explica o sucesso de várias start-ups e é uma receita a ser seguida. Claro que muitas proporções devem ser guardadas e obviamente sistemas e regras não poderão ser excluídos – de fato isso também se faz necessário. O ideal é dosar ordem e efusão de ideias, bom humor e respeito, parâmetros e liberdade. Fácil? Nem um pouco. Com um pouco de ousadia, aí sim, totalmente possível!