Anualmente as empresas fazem o seu planejamento de investimento em Marketing. Dependendo do setor que ela atua e o momento que ela se encontra em determinado mercado, esse investimento pode ser um pequeno percentual da sua receita total, como pode ser até superior, apostando no “investimento alavancado” para colher frutos posteriormente – é o famoso gastar para crescer e ganhar market share. Em internet, isso não é diferente. Entra crise e sai crise, o Brasil continua atraindo dezenas de empresas do setor que sabem dos fundamentos que o país tem: +100 Milhões de usuários online, “cena” online/tech ainda pouco habitada (perto dos mercados maduros), classe média ascendente, mão de obra “barata” (porém qualificada) e porta para outros mercados no Cone Sul. A notória expressão gringa “winer takes all” traduz bem esse sentimento “quem ganhar, leva tudo”. E quem não quer ganhar e ser #1 em um mercado, que apesar dos reveses, tem fundamentos maiores que muitos países desenvolvidos da Europa?
No começo de qualquer start-up, seja ela “rica” ou “pobre” (leia-se, com investimento ou sem investimento), tudo é uma aposta. O risco existe para ambos os casos. Entrando em um novo mercado, o orçamento no começo tende a ser limitado. A propósito, você é o orçamento, pois quem investe vê o headcount como oportunidade de ROI – claro que o headcount mostrando fundamentos e provando por A + B que existe uma oportunidade, o investimento “aparece”.
Seja qual for o seguimento que você atua, qualquer empresa tem dados, certo? Por exemplo, uma Padaria pode metrificar quantas pessoas entram em seu estabelecimento diariamente e os produtos mais consumidos. Pensando em contribuir com informações em um mercado tão promissor como o Brasil, e ao mesmo tempo recebe exposição orgânica na mídia, uma agência de Relações Públicas pode ser essencial na jornada do consumidor. As empresas têm os dados que podem ser considerados insumos e tais dados indicam tendências. Entregando o insumo nas mãos de um bom padeiro, dando instruções de como esse pão deve sair da forma, uma empresa pode ser capaz de fornecer um “press release” relevante que pode agradar tanto o jornalista que o recebe (e poderá publicar), quanto o leitor que consumirá o conteúdo. No entanto, existem dois desafios:
(i) Como fazer para que a sua agência de Relações Públicas (PR) trabalhe como uma Padaria?
Metrifique. Não trate sua agência de PR apenas como gerenciadora de crises use a taxa que você paga mensalmente e cobre performance. Abra os analytics do seu site para ela, mostre quem são as fontes de tráfego por referral e crie uma meta. Claro que para um release ser considerado bem sucedido, existem dois fatores: a quantidade de veículos que o release aparece, e se aparece naquele veículo tier 1 (o golaço que todas as agências/empresas buscam). Metrificando os resultados, a empresa mostra a importância que a agência tem no tráfego do site e você mensura a qualidade do trabalho de sua agência.
(ii) E o outro lado da moeda? Sua agência pode criar o melhor pão (ou release) do mundo, mas se ninguém estiver com fome, ninguém vai querer provar. Trabalhe as duas pontas, quem produz e quem recebe. O veículo postou o seu release? Use o suas redes sociais e reposte, patrocine esse post. Parece um conselho maluco, patrocinar um post que leva para outro site que não o seu? Mas o veículo de mídia também não está fazendo isso, gratuitamente endossando sua empresa? Em troca, quanto mais acessos você levar para aquela reportagem, mais o veículo vai entender que foi um assunto relevante. Isso chamará atenção desse veículo e de outros, que notarão que o tema atraiu audiência. Com isso, poderá ser replicado outras vezes e sua agência poderá se tornar uma Padaria que atende demandas de “fornalhas” exclusivas para veículos notórios (e que trazem tráfego qualificado).
Com isso, o ciclo se repete entre as Mídias Sociais/ Veículo de mídia / Seu site, criando um ecossistema que envolve (A) Criação, (B) Distribuição e (C) Promoção, onde todos ganham. Não muito diferente de uma estratégia simples de Branding + SEM, porém ao invés de você contar com a visualização de um banner, você conta com a chancela de um veículo editorial endossando o seu produto de uma forma crível.
Sua empresa sendo nova/antiga/com investimento/sem investimento, todos consumidores começam o dia sendo impactados por algum tipo de notícia, seja no celular, mídias sociais, TV, rádio, revista ou no Jornal. Todos estão em busca de informações. Nada melhor do que estar onde a jornada do consumidor começa – na notícia.