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Fragmentação mobile: oportunidades, desafios e tendências

Fragmentação mobile: oportunidades, desafios e tendências

Na esfera do desenvolvimento mobile, é irrefutável a necessidade de considerar múltiplos devices e plataformas para garantir uma cobertura satisfatória — isto é, relevante e adequada — na audiência. Com isso em mente, você sabe quantos celulares diferentes compõem em média, na maioria dos casos, 80% da base ativa no meio? Cento e cinquenta… Você leu certo, 150.

O número de três dígitos, de acordo com um estudo publicado pela empresa de análises Flurry, impressiona mesmo quem respira mobilidade todos os dias e pode chegar a até 330 (!) se a meta for atingir 90% dos usuários ativos de celulares. A esse fenômeno, dá-se o nome de fragmentação.

Causada graças à presença de distintos sistemas operacionais (inclusive versões de um mesmo OS), tamanhos de telas e fabricantes, a fragmentação exige cuidado na hora de lançar um aplicativo. Principalmente porque mais de 50% do mercado global de smartphones pertence ao Android, o grande culpado da história. Como medida de comparação, enquanto iPhones possuem basicamente dois tamanhos de tela (3.5 polegadas–1st-gen; 4 polegadas–4S/5x) e usuários ávidos por atualizações (além, claro, do mecanismo integrado ao sistema, que checa automaticamente por novos releases), existem cerca de 12.000 aparelhos Androids dissemelhantes circulando por aí, conforme aponta a OpenSignal.

Neste contexto, e com o objetivo de diminuir a fragmentação do sistema operacional Android, que é preocupante, o Google resolveu impor uma série de restrições na forma como seus parceiros lidam com a plataforma. Depois de assegurar-se de que o sistema consegue rodar em dispositivos com 512 MB de memória RAM e forçar a Samsung a diminuir o número de customizações, a empresa decidiu obrigar suas parceiras a manter o software sempre atualizado, caso haja interesse em ter acesso aos sistemas Google Mobile Services (GMS) e Google Apps, partes essenciais do ecossistema.

Mais do que isso, alguns slides recentemente vazados na internet a partir de uma apresentação secreta do Google realizada em 2013 apontam que dispositivos selecionados poderão passar a receber suporte integral e constante da gigante de buscas, por meio de um programa batizado de “Android Silver”, destinado aos melhores e mais populares aparelhos baseados no OS. Faz todo o sentido, basta agora saber se vão de fato dar prosseguimento.

Nos próximos anos, contudo, a fragmentação deverá crescer particularmente em países emergentes, com a popularização de plataformas recém-chegadas que têm foco em modelos de baixo custo, como Firefox OS, Asha e Sailfish. A empresa de pesquisas Juniper Research afirma que em apenas 4 anos essas novas plataformas responderão por 13% do mercado mundial de smartphones, pegando carona no crescimento de Índia e China, por exemplo, com adaptações “culturalmente relevantes”.

A empresa de pesquisas crê ainda que isso pode indicar o início de um declínio lento e ameno dos sistemas dominantes. Entretanto, projeta que Apple e Samsung continuarão líderes no mercado mundial de smartphones em 2018, sendo responsáveis pelo abastecimento de 800 milhões de smartphones no varejo global.

A maior parte do crescimento em vendas de smartphones ao longo dos próximos anos deverá se concentrar no segmento de modelos ultrabaratos, com destaque para economias emergentes, como a Índia e a China. O segmento de smartphones premium, ou superphones, terá um crescimento modesto, dependendo muito da inovação e da diferenciação entre os players. Ultimamente, isso significa ainda mais fragmentação.

Para concluir, como tudo na vida tem seus lados positivos, a fragmentação não poderia ficar de fora. Desafios trazem grandes oportunidades, que podem ser:

Quanto maior o peixe, mais difícil pegá-lo: apostar em iOS e Android é um no­­-brainer, mas existem diversas outras carentes de desenvolvimento, como Windows Phone e Kindle (Amazon Marketplace);
Compatibilidade em Android: com tantos tamanhos de tela e versões de sistema em operação no mundo, poucas empresas entregam um serviço verdadeiramente de qualidade. Aposte na experiência do usuário e lucre com isso.
E sua experiência com o celular, como anda?