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Era véspera da primeira partida comemorativa no novo Maracanã, dia 26 de abril. A inauguração oficial seria apenas em 2 de Junho, em uma partida da Seleção Brasileira com a Inglaterra. No escritório, comentamos sobre o evento, como estaria o estádio, o esquema todo montado ao redor deste gigante adormecido, o Estádio Mario Filho, com a imprensa global cobrindo cada detalhe… a sensação era estávamos vivendo um novo capítulo da história do estádio e da cidade.
No dia seguinte, a capa do jornal era exatamente sobre essa “inauguração” (entre aspas porque, como expliquei acima, a inauguração oficial será em junho). Caderno especial no Globo, com infográficos, imagens do antes e depois, informações de prazos atrasados e orçamentos estourados, depoimentos, uma cobertura completa da reforma. Fiquei por dentro de tudo. Depois do café, comecei a olhar os principais portais de notícia. E os destaques eram sobre o mesmo assunto: a “inauguração” do Maraca. Chamadas nas Homes, primeiro scroll, Hotsites com infográficos, imagens do antes e depois, informações de prazos atrasados e orçamentos estourados (de novo), depoimentos, etc, etc, etc…

Mais tarde, na praia, pude testar tudo que tinha aprendido na naquela manhã com meus amigos. Como não poderia ser diferente, o assunto era o mesmo. Qual será a escalação dos times? Qual canal fará a transmissão ao vivo? Uma navegada rápida no próprio celular nos esclareceu essas dúvidas e ainda nos apresentou mais uma série de páginas, agora mobile, com infográficos, imagens do antes e depois, informações de prazos atrasados, orçamentos estourados (mais uma vez) e uma série de depoimentos sobre o “novo” Maracanã.

Fui assistir ao jogo em casa (já que não era um dos convidados). Liguei a 40 minutos antes do início,  e já estava sendo transmitida uma grande festa com vários artistas interagindo com o público. Tomadas com imagens do novo Maracanã, lindo, visto de todos os ângulos, fez com que eu começasse a sentir uma saudade tremenda de chegar na Av. Maracanã e marcar um encontro com os amigos na estátua do Bellini. Mas essas imagens também fizeram surgir um sentimento de orgulho, admiração, uma vontade crescente de conhecer de perto todas as mudanças.

Compartilhei esse sentimento com meus amigos no Facebook. E então percebi que 80% dos posts em minha timeline falavam exatamente sobre isto. Mudei para o Twitter, e o cenário era o mesmo – todos falavam sobre o jogo e sobre o Maracanã.  Quando a partida começou, dividia meus comentários pelo meu tablet, com uma rede social aberta, e claro, via o jogo pela televisão.

Minha ansiedade aumentou. Todos nós brasileiros viveremos uma época de ouro nos próximos anos. Neste momento, pensei no bordão clássico “Imagina na Copa”! Os anunciantes têm, de fato, noção de tudo que está acontecendo? Nós, publicitários, temos muito trabalho pela frente. Muita coisa vai acontecer, e precisamos ter estratégias e ideias que sejam tão gigantes quanto o que vem por aí no Brasil.