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Que tal aposentar puramente as lentes analógicas?

Que tal aposentar puramente as lentes analógicas?

Hoje, com as inúmeras formas possíveis de contato com o consumidor, existe cada vez mais a necessidade de discernir o que é o quê, ou seja, quais as características, potencialidades, vantagens e desvantagens de cada canal de comunicação.

No caso do digital, que cresce de forma avassaladora no Brasil, a necessidade de um novo olhar é ainda mais premente. Não basta repetir velhas fórmulas ou padrões de outras mídias. Existem, atualmente, em nosso país, mais de 105,1M de internautas (Ibope Media), 268,44M de celulares (Anatel), aplicativos sendo criados e baixados a todo instante. Mas quantos pararam, refletiram e fizeram diagnósticos sobre as características mais relevantes do digital? Até quando seguiremos vendo a realidade do digital por meio de lentes analógicas?

Buscadores, redes sociais, portais 100% digitais e portais com conteúdo gerado por fontes off-line. Parceiros como fonte de entretenimento e audiência própria. Softwares que já permitem ao cliente só pagar a mídia após a mensagem ter sido vista por um tempo considerado ideal para assimilação da mensagem – em torno de 20 segundos, segundo estudos.

No mundo digital, todos os dias surgem novidades que aproximam os campos editoriais e tecnológicos, abrindo extraordinárias possibilidades para a otimização da publicidade, de um modo que não ocorre em nenhuma outra mídia.

É hora de parar, refletir e planejar, mas de forma eficiente. O Brasil é a bola da vez. E o que temos de diferente? Exibimos talentos em todas as áreas, fazemos a diferença, agradamos e sabemos agradar. Produtos e serviços tipicamente brasileiros como canais de comunicação são exemplo e referência no mundo. A internet no Brasil também tem players brasileiros. Este ponto deve fazer uma das diferenças nas análises dos meios digitais!

Cada canal de comunicação sempre teve sua característica básica, personalidade e foco de atuação. O quebra-cabeça deve ser montado a partir dos objetivos estratégicos de cada momento. No caso do digital, com base em referências digitais, que são bem diferentes das referências de outros canais de comunicação.

E o conteúdo? Seja na pessoa física, ou na pessoa jurídica, o quanto ele faz diferença, não é mesmo? E o que dizer dos diversos ambientes de atuação, cujas características próprias devem ser levadas em conta na hora do planejamento.

É preciso tratar de forma diferente aquilo que é diferente. Ambientes diferentes exigem tratamentos diferentes. Buscadores, o próprio nome diz, é um ambiente. Redes sociais, outro ambiente. Conteúdos próprios que nasceram no digital é um terceiro ambiente.

Conteúdos já consolidados no mundo off-line e levados para o digital formam um quarto ambiente. Ou seja, são quatro ambientes distintos, todos complementares, todos fontes de informação e entretenimento, porém bastante distintos nas suas características e propósitos.

Alguns dirão que, no Brasil, estamos sempre levantando “bandeiras”. Mas como não levantar, ao analisar o caso de um canal de comunicação como os portais de conteúdo, que têm entre 28.6 milhões e 60.6 milhões de visitantes únicos por mês (ComScore), ultrapassando as audiências dos mais diversos meios de comunicação e se aproximando dos números do canal de maior penetração, a televisão.

Isso só poderia estar acontecendo na internet, nas plataformas digitais, que crescem a uma velocidade que se acelera ano a ano, uma velocidade única na histórica. Basta dizer que a internet conseguiu reunir em 5 anos no Brasil a audiência que outros canais levaram 38 anos para atingir. E isso é só começo.

Precisamos ou não refletir sobre o tempo? Vale ou não vale aposentar visões anteriores na hora de olhar para o mundo digital?