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Sem novas promessas ou milagres: o Viewability pode trazer um novo olhar para a publicidade

Sem novas promessas ou milagres: o Viewability pode trazer um novo olhar para a publicidade

Vamos começar pelo começo.

Como anunciante, e me incluo aqui com tranquilidade por algumas experiências profissionais nesta cadeira, precisamos fazer malabarismos diários para encontrar o nosso target, manter nossa marca por perto.

E ao longo da história da comunicação muitas soluções são encontradas pelo caminho.

Compramos milheiros de flyers para distribuir nas portas das nossas lojas.

Contratamos a entrega e víamos os impactos em vendas.

Compramos anúncios de revista e jornal sabendo a quantidade e a qualidade da base de assinantes. Compramos calculando também a permanência destes anúncios de revista dentro dos lares, uma vez que a revista poderia continuar por perto se fosse de interesse do leitor.

Compramos anúncios nas rádios calculando o impacto pelo volume da sua audiência, quantos rádios ligados, quantas pessoas naquela faixa horária, em busca do nosso potencial consumidor.

E assim também fazemos com tantos outros meios: com TV, com mídia display, Search ou com ações em Social Media. Pensamos bem, planejamos volume, frequência, milimetricamente para que nossa marca chegue aos olhos e ouvidos dos consumidores.

E agora surge uma nova onda de provar a publicidade que se vê, o tal do “viewability”, para desbancar tudo o que era feito.

Vamos com calma. Ninguém nunca prometeu que o milheiro da revista impactaria exatamente 1000 pessoas. E assim, com este mesmo modelo de impressões, seguem sendo vendidos espaços por milhares no mundo digital.

Quer dizer então que a publicidade comprada não era vista e agora surgem salvadores vendendo uma garantia de entrega, como se todas as demais iniciativas não fossem reais?

A resposta é não!

Não há milagre e nem nova promessa por trás do conceito de viewability.

Há sim um mercado sedento por tentar unir, comparar e alinhar tantas métricas. Anunciantes, veículos e agências buscando qualificar e traduzir suas ações de comunicação digital de forma que tudo isto seja milimetricamente mensurável.

Este é o mercado dizendo que, através das novas tecnologias, podemos mensurar os impactos da publicidade digital de forma diferente daquilo que sempre foi feito.

Isto não significa que todas as iniciativas não mensuradas por views estiveram sempre erradas, afinal, como anunciantes, sabemos bem quando o produto gira ou não, quando há renovação e reforço de imagem, ou não.

O conceito de viewability traz um questionamento saudável: em um ambiente digital, já que você pode mensurar impactos e não apenas cliques; anúncios que foram realmente vistos ou não; por que não utilizar estas novas formas de mensurar?

E ainda mais: se eu tenho condições de saber se meu anúncio foi realmente visto, porque continuaria comprando por impressões? Eu, como anunciante, estaria disposta a pagar mais por um anúncio realmente visto?

Como disse, não há milagre e nem desvalorização do que já estava implementado. Existe sim uma oportunidade de olhar com novos olhos a forma de mensurar.