Em um dos painéis mais interessantes que vi aqui, a IDEO – uma das mais respeitadas empresas de design do mundo – apresentou um projeto crowd sourced que me atraiu muito: redesenhar a experiência de morrer.
Não muita gente quer falar sobre esse assunto, mas a chamada medicina paliativa – que busca dar mais conforto e dignidade para pacientes, terminais ou não – vem sendo cada vez mais discutida e empregada.
Todos compartilhamos o mesmo destino inevitável, e creio que é seguro presumir que todos queremos que esse momento seja o mais tranquilo possível. Pensando nisso, a IDEO lançou um desafio para repensar a experiência de quem está no final da vida. E muitas ideias incríveis foram recebidas para que a experiência da morte pudesse ser um momento mais calmo, contemplativo e menos estressante.
Uma delas, pela sound designer Yoko K., buscava pensar nos últimos sons que as pessoas ouviam antes de partir – com frequência, barulhos de aparelhos e enfermeiros falando sobre o paciente como se ele não estivesse mais lá. No projeto Sound Will, essa experiência foi redesenhada para que as pessoas ouvissem sons que remetessem a situações de acolhimento, relaxamento e alegria.
Outro projeto escolhido, Vykarious, propõe um crowdsource para realizar os últimos desejos que um paciente terminal gostaria de ter feito e não pode, e dividir essa experiência com ele – como pular de para-quedas, ou escalar.
Um terceiro, chamado “I Know Something About This”, conecta pessoas que estão passando por uma situação muito difícil com outras que já enfrentaram e podem ajudar. Ter alguém a quem perguntar coisas sobre assuntos tão delicados como a decisão de morrer em casa se provou ser uma enorme fonte de ajuda e conexão humana.
Entre educação na infância sobre o que é a morte, “death doulas” e muitos outros projetos incríveis, o grupo provou que podemos repensar nossas experiências com quase tudo na vida – inclusive o final dela.